sábado, 14 de maio de 2011

A ética protestante e o espírito de capitalismo - Alunos do 2 ano


Um dos trabalhos mais conhecidos e importantes de Weber é A ética protestante e o espírito de capitalismo, no qual ele relaciona o papel do protestantismo na formação do comportamento típico do capitalismo ocidental moderno. Weber parte de dados estatísticos que lhe mostraram a proeminência de adeptos da Reforma Protestante entre os grandes homens de negócios, empresários bem-sucedidos e mão-de-obra qualificada. A partir daí, procura estabelecer conexões entre a doutrina e a pregação protestante, seus efeitos no comportamento dos indivíduos e sobre o desenvolvimento capitalista.
Weber descobre que os valores do protestantismo – como disciplina ascética, a poupança, a austeridade (rigor), a vocação, o dever e a propensão ao trabalho – atuavam de maneira decisiva sobre os indivíduos. No seio das famílias protestantes, os filhos eram criados para o ensino especializado e para o trabalho fabril, optando sempre por atividades mais adequadas à obtenção do lucro, preferindo o cálculo e os estudos técnicos ao estudo humanístico. Weber mostra a formação de uma nova mentalidade, um ethos – valores éticos- propício ao capitalismo, em flagrante oposição ao “alheamento” e à atitude contemplativa do catolicismo, voltados para a oração, sacrifício e renuncia da vida prática.
Um dos aspectos importantes desse trabalho, no seu sentido teórico, está em expor as relações entre religião e sociedade e desvendar particularidades do capitalismo. Além disso, nessa obra, podemos ver de que maneira Weber aplica seus conceitos e posturas metodológicas.

Alguns dos principais aspectos de análise:

  1. A relação entre a religião e a sociedade na se dá por meios institucionais, mas por intermédio de valores introjetados nos indivíduos e transformados em motivos da ação social. A motivação protestante, segundo Weber, é o trabalho, enquanto dever e vocação, como um fim absoluto em si mesmo, e na o ganho material obtido por meio dele.
  2. O motivo que mobiliza internamente os indivíduos é inconsciente. Entretanto, os feitos dos atos individuais ultrapassam a meta inicialmente visada. Buscando sair-se bem na profissão, mostrando sua própria virtude e vocação e renunciando aos prazeres materiais, o protestante puritano se adéqua facilmente ao mercado de trabalho, acumula capital e o reinveste produtivamente.
  3. Ao cientista cabe, segundo Max Weber, estabelecer conexões entre a motivação dos indivíduos e os efeitos de sua ação no meio social. Procedendo assim, Weber analisa os valores do catolicismo e do protestantismo, mostrando que os últimos revelam a tendência ao racionalismo econômico que predominará no capitalismo.
  4. Para constituir o tipo ideal de capitalismo ocidental moderno, Weber estuda as diversas características das atividades econômicas em diversas épocas e lugares, antes e após o surgimento das atividades mercantis e da indústria. E, conforme seus preceitos, constrói um tipo gradualmente estruturado a partir de suas manifestações particulares tomadas à realidade histórica. Assim, diz ser o capitalismo, na sua forma típica, uma organização econômica racional assentada no trabalho livre e orientada para um mercado real, não para a mera especulação ou rapinagem. O capitalismo promove a separação entre empresa e residência, a utilização técnica de conhecimentos científicos e o surgimento do direito e da administração racionalizados.
Responda:

  1. O que os dados estatísticos revelaram a Weber sobre a relação entre protestantismo e capitalismo?
  2. Qual a relação entre a ação social dos protestantes e o capitalismo?
  3. Por que o protestante puritano se adéqua facilmente ao sistema capitalista de produção?
  4. Explique o que você entendeu do texto A ética protestante e o espírito do capitalismo.

O Estado


Quando uma pessoa tem seu imposto de renda retido na fonte- ou quando compra determinado produto (alimentos, roupas, calçados) -, está sendo tributada, isto é, está pagando impostos ao Estado. Os tributos representam o recolhimento de recursos financeiros provenientes de pessoas físicas (indivíduos) e pessoas jurídicas (empresas) pelo Estado. Esses recursos servem para que o Estado matenha sua máquina administrativa (funcionários, deputados, senadores, etc.), faça investimentos de infraestrutura (saneamento básico) e preste os serviços sociais básicos a população (escolas...). O recolhimento de tributos só é possível porque os integrantes da sociedade reconhecem que o Estado tem esse direito e porque o Estado detém um forte poder de coerção. Esse poder permite ao governo (que é uma das instâncias do Estado) recorrer a várias formas de pressão (multas, processos judiciais, prisão, etc.) para fazer valer seu direito de cobrar impostos.

O monopólio da força legítima: Segundo o sociólogo Max Weber, o Estado é a instituição social que dispõe  do monopólio do emprego da força legítima sobre um determinado território. A expressão ‘força legítima’ pressupõe que o Estado tem o direito de recorrer à força sempre que isso seja necessário, e que esse direito é reconhecido pela sociedade sobre a qual esse Estado exerce seu poder. É diferente, por exemplo, da violência utilizada por malfeitores, considerada ilegítima. Nas democracias modernas, a lei confere ao Estado o direito de recorrer a várias formas de pressão, inclusive a violência, para que suas decisões sejam obedecidas. Esse direito é geralmente executado por oficiais de justiça e policiais em cumprimento de ordens judiciais determinadas pelos detentores do poder Judiciário, um dos poderes do Estado.

O poder do Estado: Segundo ainda Max Weber, o termo poder, em sentido amplo, designa “a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra toda resistência”. Poder significa, assim, a probabilidade de alguém se fazer obedecer por outra pessoa. Ter poder é conseguir impor a própria vontade sobre a vontade de outros indivíduos.
Nas democracias representativas, o poder do Estado tem por base uma Constituição livremente elaborada e aprovada por uma assembléia de pessoas eleitas com essa finalidade, a Assembleia Constituinte. O Estado assim organizado é chamado de Estado de direito, pois nele ninguém está acima da lei. O poder nesse tipo de Estado não está centralizado nas mãos de um único governante, nem mesmo de um só conjunto de instituições. Na verdade, ele se distribui entre conjuntos, que integram a instituição maior do Estado. São eles, os poderes executivo (governo, administração pública, forças armadas), Legislativo (Congresso nacional, Assembleias Legislativas e câmaras de Vereadores); e Judiciário (órgãos da justiça).
Em virtude de seu monopólio da força legítima, o Estado detém o poder supremo na sociedade. Ele reserva para si o direito de impor e de obrigar aqueles que discordam de suas decisões a cumprirem a lei. Qualquer outro uso da força ou coerção, por bandos criminosos, soldados amotinados, grupos rebeldes – é ilegítimo e coibido pelo Estado. Quando o Estado não consegue eliminar tais focos de violência e desrespeito à lei, perde sua característica principal, a de fazer cumprir a lei e, a longo prazo, corre o risco de deixar de existir. Isso ocorre, sobretudo quando ele não consegue debelar uma revolução ou uma insurreição, ou quando não pode impedir que certas áreas de seu território fiquem à mercê de bandidos, como acontece hoje nas favelas do Rio de Janeiro.

Alguns componentes do Estado: O Estado é essencialmente um agente de controle social, tem poder para regular as relações entre todos os membros da sociedade. Os três componentes mais importantes do Estado são:
Território: constitui sua base física, sobre a qual ele exerce sua jurisdição;
População: é composta pelos habitantes do território que forma a base física e geográfica do Estado;
Instituições políticas – Entre estas sobressaem os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; o núcleo do poder do Estado, contudo, está nas mãos do governo – grupo de pessoas colocadas à frente dos órgãos administrativos e que exercem temporáriamente o poder público em nome da sociedade.
Estado e nação: Embora sejam às vezes utilizados como sinônimos, existem grandes diferenças entre os conceitos de Estado e de nação. A nação é o conjunto de pessoas ligadas entre si por laços permanentes de idioma, tradições, costumes e valores; é anterior ao Estado, podendo existir sem ele. Já um Estado pode copreender várias nações, como é o caso do Reino Unido (ou Grã-Bretanha, formada pela Escócia, Irlanda do Norte, País de Gales e Inglaterra). Por outro lado, como vimos, podem existir nações sem Estado, como acontecia com os judeus antes da criação do Estado de Israel, e ainda ocorre hoje com os palestinos, os curdos e ciganos.

Responda em seu Caderno:
 1. Quais é a principal característica definidora do Estado?
2. Explique as diferenças entre Estado e nação.
3. Explique os componentes mais importantes do Estado e qual sua importância para a sociedade.

Referência: SANTOS, Pérsio Oliveira. Introdução a Sociologia. São Paulo:Ed. Atica, 2009.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Atividade sobre sociologia - Para os Alunos do 1º ano


Colégio Estadual Genesco F. Bretas.
Goiânia,    março de 2011.
Disciplina: Sociologia
Prof. Tatiele
Aluno:



10 – (UFUB) Assinale a alternativa correta:

O surgimento da Sociologia foi propiciado pela necessidade de:

A) Manter a interpretação mágica da realidade como patrimônio de um restrito círculo sacerdotal.
B) Manter uma estrutura de pensamento mítica para a explicação do mundo.
C) Condicionar o indivíduo, através dos rituais, a agir e pensar conforme os ensinamentos transmitidos pelos deuses.
D) Considerar os fenômenos sociais como propriedade exclusiva de forças transcendentais.
E) Observar, medir e comprovar as regras que tornassem possível, através da razão, prever os fenômenos sociais.


9 – (UFUB) Sobre o surgimento da Sociologia, podemos afirmar que:

I – A consolidação do sistema capitalista na Europa no século XIX forneceu os elementos que serviram de base para o surgimento da Sociologia enquanto ciência particular.

II – O homem passou a ser visto, do ponto de vista sociológico, a partir de sua inserção na sociedade e nos grupos sociais que a constituem.

III – Aquilo que a Sociologia estuda constitui-se historicamente como o conjunto de relacionamentos que os homens estabelecem entre si na vida em sociedade.

IV – Interessa para a Sociologia, não indivíduos isolados, mas inter-relacionados com os diferentes grupos sociais dos quais fazem parte, como a escola, a família, as classes sociais e etc.

A) II e III estão corretas.
B) Todas as afirmativas estão corretas.
C) I e IV estão corretas.
D) I, III e IV estão corretas.
E) II, III e IV estão corretas.


1. O que é a Sociologia e o que ela estuda?

segunda-feira, 14 de março de 2011

Revolução industrial e importância para o surgimento da sociologia


As primeiras reflexões mais sistemáticas sobre a sociedade só começaram a ser formuladas no momento em que ela se diversificou como nunca anteriormente, com a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra por volta de 1750. Ela deu origem a novos grupos sociais – burguesia e o proletariado – e à formação de um novo tipo de estrutura social: a sociedade capitalista.
Nesse processo teve particular importância a Revolução Francesa (1789), que concorreu para a ascensão da burguesia ao poder e para dar maior visibilidade aos problemas e conflitos sociais.
A Revolução industrial introduziu a máquina a vapor no processo produtivo, reorganizou o trabalho manufatureiro de forma radical, destruiu o artesão independente, introduziu a fábrica moderna e criou uma nova classe de trabalhadores: o proletariado, ou classe operária, concentrando sobretudo em grandes unidades industriais.
            Esse processo provocou muitas mudanças, como o crescimento das cidades, a concentração de centenas de milhares de trabalhadores em bairros industriais e a degradação das condições de vida do trabalhador. Até o fim do século XIX, as jornadas de trabalho na indústria européia giravam em torno de catorze ou dezesseis horas por dia. Não havia descanso remunerado, como hoje, nem férias, nem aposentadoria. Como observa Carlos Martins “as conseqüências da rápida industrialização e urbanização levadas a cabo pelo sistema capitalista foram tão visíveis quanto trágicas: aumento assustador da prostituição, do suicídio, do alcoolismo, do infanticídio, da criminalidade, da violência, de surtos de epidemias de tifo e cólera que dizimavam parte da população, etc.” (MARTINS, CARLOS B. op. cit. p. 13-4)
            Desse modo com as mudanças ocasionadas pela Revolução industrial, diversos pensadores começaram a refletir sobre os novos fenômenos sociais: “A sociologia constitui em certa medida uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela Revolução Industrial”


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Surgimento da Sociologia - para os alunos e alunas do 1º ano

A sociologia surge enquanto disciplina e ciência no séc. XIX, no entanto, o contexto de seu nascimento está relacionado às transformações que estavam ocorrendo na Europa desde o séc.XVI. A revolução industrial e a revolução francesa configuram o marco do surgimento da sociologia, mas devemos ressaltar que tais revoluções apenas foram possíveis com o chamado renascimento.

Fatores que influenciaram o Surgimento da Sociologia:

  • Renascimento: é o período em que passa a se questionar a forma de organização do sistema feudal, ao contrário do feudalismo, o renascimento está baseado na razão, no antropocentrismo (o homem é o centro do universo), consequentemente, o pensamento da igreja que era preponderante para a manutenção da ordem e do regime feudal passa a ser questionado, o comércio passa a se desenvolver e assim, a economia amonetária dá lugar a circulação de dinheiro e ao lucro. No sistema feudal as explicações acerca da vida dos europeus estavam baseadas na tradição, em mitos ou na religião. Isso quer dizer que naquela época não existia uma ciência no modelo que conhecemos hoje.
  • Transformações que ocorreram com o renascimento:
1)     Novas formas de produção e circulação de mercadorias. 2) Novo tipo de sistema econômico: capitalismo, voltado para a produção e para a troca, para a expansão comercial, para a circulação crescente de mercadorias e para o consumo de bens materiais. 3) Novas formas de trabalho, novas formas de pensar e de agir surgiram.

O renascimento foi importante para a sociologia enquanto ciência, pois, apenas seria possível pensar na investigação de uma sociedade com base no conhecimento científico a partir da razão, da racionalidade, além disso, instigou pensadores a tentarem compreender as transformações que estavam ocorrendo. Francis Bacon (filósofo 1561-1626) parte da idéia que a teologia deveria ser substituída pelo método da dúvida no estudo da sociedade. Para este, o método de conhecimento deveria estar baseado na observação e na experimentação. p.18 



Revolução Industrial e Revolução Francesa: Consolidação do Capitalismo e Surgimento da Sociologia.

A sociologia surge com o objetivo de explicar as mudanças sociais, “as situações sociais radicalmente novas” ocorridas com a desagregação da sociedade feudal e o advento do capitalismo.

Revolução Industrial: representou não apenas a introdução de máquinas na constituição do processo de produção, mas também a apropriação das terras, das ferramentas, sob o controle do empresário capitalista, desse modo, existia de um lado, uma massa de despossuídos transformados em trabalhadores e, de outro, uma pequena parcela de pessoas detentoras dos meios de produção. “Cada avanço com relação à consolidação da sociedade capitalista representava a desintegração, o solapamento de costumes e instituições até então existentes e a introdução de novas formas de organizar a vida social.”  
As primeiras reflexões mais sistemáticas sobre a sociedade só começaram a ser formuladas  no momento em que ela se diversificou como nunca anteriormente, com a Revolução Industrial, iniciada por volta de 1750 na Inglaterra. Ela deu origem a novos grupos sociais – a burguesia e o proletariado – e à formação de um novo tipo de estrutura social: a sociedade capitalista.
A revolução industrial introduziu a máquina a vapor no processo produtivo, reorganizou o trabalho manufatureiro de forma radical, destruiu o artesão independente, introduziu a fábrica moderna e criou uma nova classe de trabalhadores: o proletariado, ou classe operária, concentrado sobretudo em grandes unidades industriais.
Esse processo provocou muitas mudanças, como o crescimento das cidades, a concentração de centenas de milhares de trabalhadores em bairros industriais e a degradação das condições de vida do proletariado. Até o fim do século XIX, as jornadas de trabalho na indústria européia giravam em torno de catorze ou dezesseis horas por dia. Não havia descanso remunerado, como hoje, férias ou aposentadoria.
  • Implementação das máquinas foi um processo em que houve várias contestações por parte dos pobres e operários.

A implementação das máquinas não foi um processo calmo, pelo contrário, as condições sob as quais os pobres, especialmente, a classe operária, estava submetida trouxeram contestações contra aquela forma de organização social, a destruição de máquinas, atos de sabotagem, destruição de oficinas, crimes, foram algumas das formas de resistência contra o modo de produção capitalista e a forma de pensar daquela sociedade, mais tarde, esses atos “evoluíram” para a constituição de associações e sindicatos e constituindo uma classe, a operária, contra outra, a burguesa ou dos empresários. (Martins, 1994).

Revolução Francesa: trouxe significativas transformações naquela sociedade, tais mudanças estavam relacionadas à revolução industrial. O objetivo desta revolução era derrubar o “Antigo Regime”, acabar com a monarquia, criar as possibilidades para o crescimento da sociedade capitalista, os burgueses estavam na liderança desta revolução e utilizaram os pobres e operários para conseguir vencer o grupo que defendia o modo de produção feudal e a monarquia. O panorama da sociedade francesa foi de suma importância para a constituição da sociologia enquanto ciência.



Cidadania - PARA OS ALUNOS E ALUNAS DO TERCEIRO ANO



A etimologia (origem) da palavra cidadão remete à cidade (do latim civitas, que, no mundo romano, corresponde a pólis, a Cidade-Estado dos gregos). Na baixa idade média (sécs. XII a XV), os servos fugiam dos feudos para as cidades onde não precisavam estar presos a terra, assim, a autonomia das cidades medievais transformou-as num lugar privilegiado para o exercício da liberdade. A Liberdade é entendida, nesse período, como libertação da servidão, isto significa que na origem a idéia força de cidadania diz respeito à idéia de liberdade. Vale ressaltar que as cidades, nessa época, representam o início do comércio e, assim, do sistema capitalista de produção.
O conceito de cidadão se transformou durante os diversos períodos da história. Deve-se ressaltar a importância da formação do Estado absolutista, para a formação dos direitos do cidadão. Com a formação do Estado absolutista (todo poder é do rei) várias filósofos e pensadores começaram a escrever sobre a importância de limitar o poder “a separação dos poderes” (Montesquieue; Locke); Os direitos naturais, a democracia ou a soberania popular (Rousseu).
Jean – Jacques Rousseau (1712-1778) é um dos teóricos do Iluminismo e seus escritos foram importantes para a constituição da cidadania. O iluminismo pegava carona num processo histórico iniciado com o Renascimento desenvolvido entre os séculos 13 e 17. O renascimento atribuía importância para a razão, a individualidade, o humanismo e o sentimento de emancipação do homem contra as “velhas formas de se viver” (refere-se à idade média), o iluminismo pregava as idéias renascentistas além da crítica ao Estado Absolutista.
As idéias iluministas impulsionaram a Revolução Francesa (1789) que culminou na queda do Estado Absolutista e no advento da democracia. Assim, a revolução francesa foi de suma importância para colocar no centro da política o conceito de cidadania.  Após a revolução a assembléia nacional constituinte aprovou a declaração universal dos direitos do homem e do cidadão, com artigos de proteção as liberdades individuais e aos direitos humanos. Essa carta seria a base para as futuras legislações do gênero, sobretudo a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela Organização das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, três anos após o fim dos horrores praticados durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Naquele momento de reconstrução mundial, discutia-se com profundidade a questão dos direitos, da diversidade e da cultura.
A discussão acerca dos direitos não se pautou apenas na esfera política, mas também vários intelectuais passaram a discutir a cidadania. O antropólogo Claude Lévi Strauss (1908-2009) publicou o livro raça e história (1952), cujas ideias destruíram de vez o conceito de raça superior. Mas foi outro autor da sociologia, Thomas H. Marshal (1893-1981) que sistematizou o conceito de cidadania e revelou o desenvolvimento histórico dos três tipos de direitos: civis, políticos e sociais.  Assim, de acordo com a sociologia a cidadania pode ser dividida em:

Direitos
Contexto histórico
O que garante
Civis
Surgiram no século XVIII, com a declaração dos direitos do homem (1789) e a Constituição Francesa (1791).
Liberdade Individual – liberdade de ir e vir, liberdade de imprensa, pensamento e fé, o direito à propriedade e de concluir contratos válidos e o direito à justiça.
Políticos
No século 19, no bojo da concretização do Estado de Direito
Direito a participar no exercício do poder político, como um membro do organismo investido da autoridade política ou como eleitor dos membros de tal organismo.
Sociais
Obtidos no século XX, mas que estão em fase de ‘consolidação’ em diversos países periféricos.
O elemento social se refere a tudo que vai desde o direito a um mínimo de bem-estar econômico e segurança ao direito de participar, por completo, na herança social e levar a vida de um ser civilizado (...) As instituições ligadas a eles são o sistema educacional e os serviços sociais. 

A sociologia de Durkheim - Para os alunos do 2 Ano - 2011


Émile Durkheim (1858-1917) nasceu na Alsácia, descendente de uma família de rabinos. Iniciou seus estudos na Escola Normal superior de Paris, indo depois para a Alemanha. Lecionou sociologia em Bordéus, primeira cátedra dessa ciência criada na França. Durkheim é apontado como um dos primeiros grandes teóricos da sociologia, ele e seus colaboradores se esforçaram por emancipar a sociologia das demais teorias sobre a sociedade e constituí-la como disciplina rigorosamente cientifica. Em seus livros e curso, sua preocupação foi definir com precisão o objeto, método e as aplicações dessa nova ciência.
No livro As regras do método sociológico, publicado em 1895, Durkheim definiu com clareza o objeto da sociologia – os fatos sociais.
O fato social possui três características:
  1. Coerção social, isto é, a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se as regras da sociedade em que vivem independentemente de sua vontade e escolha. Exemplo: o idioma adotado, a formação familiar, ou a subordinação a determinado código de leis. O grau de coerção dos fatos sociais pode ser evidenciado por meio das sanções que podem ser legais ou espontâneas. Legais são as sanções prescritas pela sociedade, sob a forma de leis, nas quais se estabelece a infração e a penalidade subseqüente. Espontâneas são as que ocorrem em função de uma conduta não adaptada a estrutura do grupo ou da sociedade, Durkheim escreve a seguinte frase para explicar este tipo de sanção:
“Se sou industrial, nada me proíbe de trabalhar usando processos e técnicas do século passado; mas se o fizer, terei a ruína como resultado inevitável” (Cristina Costa. 1997, p.60).
Ex.: Educação formal e informal.
  1. Exterioridade: Os fatos sociais existem independentemente da vontade individual ou da adesão consciente, ou seja, são exteriores aos indivíduos. As regras sociais, os costumes, as leis, já existem antes do nascimento das pessoas, são a elas impostos por mecanismos de coerção social, como a educação. Portanto, os fatos sociais são coercitivos e dotados de existência exterior às consciências individuais.
  2. Generalidade: é social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles. Por esta generalidade, os fatos sociais manifestam sua natureza coletiva ou um estado comum ao grupo, como as formas de habitação, de comunicação, os sentimentos e a moral.

A objetividade do fato social
Durkheim queria definir a sociologia como ciência.
Após definir o fato social, Durkheim, definiu seu método de estudo. Para ele, como para os positivistas de maneira geral, a explicação cientifica exige que o pesquisador mantenha certa distância e neutralidade em relação aos fatos, resguardando a objetividade de sua análise. Além disso, o sociólogo precisa deixar suas prenoções, isto é, seus valores e sentimentos pessoais em relação ao acontecimento a ser estudado, pois nada tem de cientifico e podem distorcer a realidade. Essa postura exige o não envolvimento afetivo ou de qualquer outra espécie entre o cientista e seu objeto. A neutralidade também exige a não interferência do cientista no fato observado.
Com o objetivo de garantir a sociologia um método eficiente como o das ciências naturais, Durkheim aconselhava o sociólogo a encarar os fatos como coisas, isto é, objetos que, lhe sendo exteriores, deveriam ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivíduos envolvidos pensassem ou declarassem a seu respeito.

Um dos objetos de estudo de Durkheim: Suicídio- constituí-a-se, nesse sentido, em fato social por corresponder a todas essas características: é geral, existindo em todas as sociedades; e, embora sendo casual e resultando de razões particulares, apresenta em todas elas certa regularidade, recrudesce ou diminui de intensidade em certas condições históricas, expressando assim sua natureza social.
Referencia: Costa, Cristina. Sociologia: Introdução a ciência da sociedade. 2 ed. – São Paulo: Moderna, 1997